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Replica feita por Pedro Paes Sobrinho para o Museu de Caraguatatuba

​    A Associação Caiçara Juqueriquerê (ACAJU) é uma entidade civil sem fins lucrativos fundada em 22 de maio de 2000 por caiçaras residentes nas margens do rio Juqueriquerê. Sua fundação é resultado de vários anos de observação, por parte dos caiçaras, da destruição de seu habitat natural (poluição do rio, aterro do manguezal) e, consequentemente, perda de sua memória e cultura tradicional devido ao intenso processo de urbanização e desenvolvimento do litoral norte paulista.

Localizada no bairro do Porto Novo, município de Caraguatatuba, Litoral Norte de São Paulo, a ACAJU tem por objetivos a proteção do meio ambiente, em especial dos ecossistemas habitados pela comunidade caiçara; promover o estudo do ecossistema, tendo em vista seu envolvimento sustentável; envolver atividades com as populações de entorno da área de  manguezal.

 

    Segundo relatório de Cornélio Schmidt (1919), realizado pela Comissão Geographica e Geológica do Estado de São Paulo, “Três barras ou bocas principais tem o estado, entre seus limites Norte e Sul, no oceano: Juquery-querê, Santos e do Ribeira...”. Além disso, o rio foi, de 1927 até 1967, utilizado pela empresa inglesa “The Lancashire General Investiments Company” – conhecida localmente como fazenda dos Ingleses, como um meio para viabilizar a exportação de frutas para o exterior, demonstrando assim sua importância econômica.

    O Rio Juqueriquerê, na memória dos velhos caiçaras, era um lugar farto de peixe. Talvez por isso, e também por ter uma área de manguezal consideravelmente importante como abrigo para muitas aves, peixes, crustáceos e outros. Além disso, há séculos atrás, as margens deste rio foram habitadas por tribos indígenas. Os caiçaras passaram a habitar as margens do Juqueriquerê e retirar dele seu sustento. As mulheres se reuniam para buscar água para beber, lavar roupas e louças; crianças que brincavam e homens que atracavam seus barcos e descarregavam seus peixes quando do mar chegavam. Era um espaço social das conversas, de trabalho e lazer. Neste rio também morava, no imaginário do caiçara local, o “Pora". O Pora era caracterizado como um menino negro, dono do rio. Simbolizava o respeito que os moradores deveriam ter com o rio, respeito este que era uma das principais características do caiçara para com todos os espaços naturais por ele usufruído.

 

As ações da ACAJU são coerentes com seu objetivo de preservação ambiental e reconstrução da cultura caiçara. Periodicamente, a Associação promove mutirões de limpeza das margem do rio e do manguezal. No primeiro mutirão de limpeza do Rio Juqueriquerê, realizado na data da fundação da associação, cerca de 70 pessoas, entre comunidade local e turistas, retiraram aproximadamente 12 toneladas de lixo. Depois de muito trabalho de conscientização e diversos outros mutirões os lixos foram diminuindo. Participam desta atividade, os pescadores e outras pessoas da comunidade local, além dos alunos das escolas municipais e estaduais, dos bairros do entorno. Ao longo desses13 anos de existência, a ACAJU continua promovendo os mutirões de limpeza do rio e das praias. Além desses mutirões de limpeza, a associação colabora com a fiscalização do rioA ACAJU atua, ainda, na promoção social através de atividades culturais, educação complementar e estímulo a novos modelos sócio produtivos. Promove trabalhos de conscientização junto as escolas publicas, estimulando estudantes a se interessarem pela cultura caiçara e pelo meio ambiente no qual eles habitam; oficinas de educação ambiental a partir da valorização do conhecimento do caiçara sobre o meio ambiente natural.

   

"O mistério

dos rios

é que eles passam

por dentro

de nós

e só depois

deságuam no mar” (Francisco Carvalho).

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